quinta-feira, 3 de março de 2011


Vida plena e meio ambiente: um chamado à defesa da criação

Os desafios relacionados à preservação do meio ambiente foram abraçados pelos batistas brasileiros em sua 91ª assembléia, realizada de 21 a 25 de janeiro na cidade de Niterói. Na ocasião foi formulada a Carta de Niterói, instrumento pelo qual os batistas brasileiros desejam expor à sociedade a posição que têm em favor do planeta. Esse é um avanço no meio cristão evangélico, pois a defesa da criação deve sempre constar na lista de prioridades da Igreja do Senhor.
Foi-se o tempo em que assuntos como poluição, desmatamento e extinção de espécies animais e vegetais eram tratados como algo distante e alheio à realidade dos arraiais evangélicos. Por pensar assim é que nos reduzimos, em muitos momentos, a guetos espiritualistas, discriminatórios e alienados a tudo aquilo que, querendo ou não, nos cerca como realidade nua e crua.
Chegou a vez de encamparmos ações concretas em favor da vida e do planeta. E esse tipo de diálogo e interação com o mundo que nos cerca e no qual estamos facilitará a condução da mensagem do Evangelho. Evangelho este que, na sua totalidade, objetiva alcançar o ser humano por completo, sua alma, seu corpo, o ambiente, a comunidade e a realidade onde está.
Não é possível mais fechar os olhos à degradação que tão assombrosamente vem aumentado em todos os cantos do planeta. Um rápido olhar mesmo a curta distância tem revelado a toda a humanidade que nem tudo vai bem.
Os desastres naturais nas manchetes dos últimos noticiários servem como impulso para que o homem não viva mais fingindo que nada de mal vem acontecendo. Por onde quer que andarmos veremos a situação preocupante que o futuro nos reserva, caso ações urgentes em favor do meio ambiente não sejam concretizadas. O que temos visto e ouvido nos dão conta que as coisas só têm piorado. Por isso a urgência na mudança de muitos comportamentos
A criação tem gemido e aguardado com muita expectativa a nossa inserção em seu meio, na qualidade de sal, luz e fermento, figuras usadas por Cristo para um desafio radical de como deva ser a nossa influência e testemunho nas atividades do dia-a-dia.
A preservação do meio ambiente tem ligação direta com respeito ao nosso papel como mordomos da criação. Portadores da revelação de Deus que aponta para esse fim, não há como fugir dessa incumbência. A Palavra nos ensina com riquezas de detalhes como deve ser a nossa relação com o Criador e a criação. É por meio da Bíblia também que somos desafiados à obediência para a qual somos chamados nesse sentido.
É necessário enxergar nos detalhes mais simples da vida a beleza da criação do Senhor. Convém criar oportunidade pelas quais, no contato com a criação, venhamos a adorar o Criador. Somos mordomos do Senhor na terra em que vivemos. Somos parte dela, responsáveis por ela e dela dependentes em quase tudo o que somos e fazemos.
A natureza foi confiada ao homem, pois Deus sabia que este teria de Sua parte a plena capacitação para tal missão. Os planos de Deus são executados com relação à sua criação, a não ser que o mordomo deixe de labutar no cumprimento de sua nobre missão. E é isso que ultimamente tem ocorrido. Por deixar a sua incumbência original no trato com o planeta, o homem deixou de preservar o meio em que vive, passando a depredar aquilo que o Senhor criou com tanto amor.
Em troca de valores irrisórios o homem moderno tem jogado fora o seu futuro. E mais que isso, o futuro dos seus filhos e das futuras gerações também. É nesse sentido que a rebeldia e a negligência do homem, com relação àquilo que deveria ser o seu trato com a criação, se constituem nas marcas visíveis quando pensamos em temas como meio ambiente, natureza e ecologia. Por todos os cantos o que se vê com maior freqüência é a ação maléfica do homem na agressão ao meio ambiente.
Um preço alto já tem sido pago, devido ao fato de hoje não intervirmos como peso contra em relação a tudo aquilo que tem sido destrutível à natureza. Pelo fato de portarmos a verdade da Palavra, somos, ainda para esta geração, os agentes transformadores.
Essa corrida em favor da vida e do meio ambiente precisa ser uma realidade em nosso meio. Esse é um esforço que jamais deve ficar somente nas mãos de ONG’s e de outros movimentos seculares, os quais, diga-se de passagem têm feito belas ações em favor da vida. Nossa voz e principalmente nossas ações têm que ser ecoados aos quatro cantos do mundo, manifestando dessa forma a glória de Deus e a nossa responsabilidade como Igreja.
Como povo de Deus temos um grande potencial por meio do qual podemos embalar ações de fé em defesa do planeta. Se nos calarmos, se nos escondermos, as pedras farão a sua parte, elas hão de clamar. Mais uma vez a natureza terá nos ensinado como deveríamos nos portar.
Ao não buscarmos a consciência de que precisamos preservar investimos contra a nossa própria destruição. Assim é que a defesa do meio ambiente deve ser uma anotação de destaque na agenda da Igreja. A nossa fé deve nos impulsionar à luta pelo equilíbrio de tudo aquilo que diz respeito à criação. Essa corrida em favor da vida e do meio ambiente precisa ser urgente em nosso meio.
Ainda é pouco, mas já tem sido um bom começo o envolvimento de alguns segmentos evangélicos na luta pela vida. As boas perspectivas e as oportunidades que nos chegam às mãos mostram que vale a pena promovermos mudanças quando o assunto é a defesa do meio ambiente.
Maiores detalhes sobre a ênfase dos batistas brasileiros no ano de 2011 podem ser encontrados no blog vidaplenaemeioambiente.wordpress.com, canal criado exclusivamente para divulgar e promover ações em favor do meio ambiente. Tudo isso com o intuito de levantar a bandeira em favor da vida e de conscientizar todo o povo evangélico na defesa da criação.

Kleber Gomes

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